Sabinópolis - Delegado detecta caixa dois
A Polícia Civil começou a analisar cerca de uma tonelada de documentos que foram apreendidos nas sedes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais em Sabinópolis e no Serro, durante a "Operação Manumissão". Segundo o delegado que comanda as investigações, Welbert de Souza Santos, a cada documentação analisada, fica mais evidente que as denúncias feitas pelos trabalhadores ao Ministério Público são procedentes. "A cada instante temos uma surpresa. São documentos altamente comprometedores da quadrilha", afirmou.
Segundo Welbert de Souza, no cofre foram encontrados documentos que eram alvos da investigação, como guias de contribuição confederativa falsas, que seriam utilizadas para formação de "caixa dois" do sindicato.
Ainda de acordo com o delegado, os trabalhadores pagavam a contribuição diretamente no sindicato e o dinheiro não era repassado para a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg). "A própria Fetaemg era vítima da quadrilha", afirmou Welbert de Souza.
Ainda de acordo com o delegado, os trabalhadores pagavam a contribuição diretamente no sindicato e o dinheiro não era repassado para a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg). "A própria Fetaemg era vítima da quadrilha", afirmou Welbert de Souza.
Atas apreendidas durante a operação dão indícios de que a quadrilha teria cometido também o crime de falsidade ideológica. As atas registram assembléias gerais, realizadas na sede do sindicato com o quorum superior a mil sindicalizados. "As atas são uma mentira. O quorum nunca existiu, pois o local não comporta este montante de pessoas", disse o delegado.
As deliberações aprovadas tornaram mais suspeitas as assembléias, isso porque, segundo apurado pela Polícia Civil, foram aprovadas nas reuniões questões que geram taxas aos sindicalizados, como a contribuição federativa, a cobrança de honorários advocatícios e a autorização de descontar 2% do benefício dos trabalhadores. Todas as atas foram assinadas pelo diretor presidente do sindicato, Afonso da Aparecida dos Santos.
A documentação apreendida também compromete advogados que são alvos da investigação. Foram apreendidos recibos que comprovariam que valores cobrados dos trabalhadores com a menção de que se trataria de honorários advocatícios eram destinados, na verdade, ao sindicato e não aos advogados.
A Polícia Civil deve levar ainda mais uma semana para analisar toda a documentação e os 12 CPU´s apreendidos. Após toda documentação ser catalogada, as testemunhas e os investigados serão ouvidos.
As deliberações aprovadas tornaram mais suspeitas as assembléias, isso porque, segundo apurado pela Polícia Civil, foram aprovadas nas reuniões questões que geram taxas aos sindicalizados, como a contribuição federativa, a cobrança de honorários advocatícios e a autorização de descontar 2% do benefício dos trabalhadores. Todas as atas foram assinadas pelo diretor presidente do sindicato, Afonso da Aparecida dos Santos.
A documentação apreendida também compromete advogados que são alvos da investigação. Foram apreendidos recibos que comprovariam que valores cobrados dos trabalhadores com a menção de que se trataria de honorários advocatícios eram destinados, na verdade, ao sindicato e não aos advogados.
A Polícia Civil deve levar ainda mais uma semana para analisar toda a documentação e os 12 CPU´s apreendidos. Após toda documentação ser catalogada, as testemunhas e os investigados serão ouvidos.
Fonte: Jornal Folha de Guanhães On-Line
Nota do Blog: Todo policial é corrupto? Não acredito. Assim como não acredito que todo político seja corrupto. Há policiais e policiais, políticos e políticos, médicos e médicos, advogados e advogados, faxineiros e faxineiros, professores e professores, jornalistas e jornalistas, padres e padres, pastores e pastores. Talvez os leitores que acompanham este blog a mais tempo não estejam entendendo por que de repente aqui, onde sempre filosofei, falei de política, educação e cidadania, de repente, replico uma matéria a respeito de uma operação policial para desbaratar uma quadrilha travestida de sindicato. Não sou leitor de tablóides fartos em páginas policiais (estilo jornal "Aaui" ou "Super"), nem recomendo que alguém seja. Faço isto não só por causa da dimensão da Operação Alforria, mas principalmente por ser amigo do delegado Welbert de Souza Santos há alguns anos.
Iniciei esta nota dizendo que nem todo policial é corrupto porque tenho certeza de que este homem que hoje está a frente da delegacia de Sabinópolis não se enquadra no rol daqueles policiais que optam por ingressar na carreira de segurança pública visando tão somente utilizarem o cargo para lucrar em cima da desgraça alheia. Repito, não é o caso do delegado Welbert, pois o conheço há tempos e posso atestar sua conduta e caráter ilibados.
Estive ontem numa palestra onde o delegado Protógenes Queiroz - que hoje paga caro por ter prendido o banqueiro bandido Daniel Dantas - afirmou que mesmo que ele seja calado de alguma forma pelos podres poderes que hoje estão instalados em Brasília, outros "protógenes" irão se levantar. Se encontra em franco processo hoje no Brasil uma inversão de valores onde bandido vira moçinho e moçinho vira bandido. Enquanto Protógenes é afastado do cargo na PF, o banqueiro bandido anda por aí de carrão e motorista, com direito a dois habeas-corpus impetrados em tempo recorde pelo supremo presidente do Supremo Tribunal Federal.
O exemplo do delegado Welbert faz jus à máxima do delegado Protógenes. Assim sendo, mantenhamos nossa esperança, pois ainda restam muitos homens de bem integrando nossas forças de segurança pública e judiciais, tanto quanto homens de bem, que só querem ajudar de alguma forma ao próximo, podem ser encontrados em quaisquer áreas. São aqueles pessoas para quem o altruísmo é profissão de fé.
Iniciei esta nota dizendo que nem todo policial é corrupto porque tenho certeza de que este homem que hoje está a frente da delegacia de Sabinópolis não se enquadra no rol daqueles policiais que optam por ingressar na carreira de segurança pública visando tão somente utilizarem o cargo para lucrar em cima da desgraça alheia. Repito, não é o caso do delegado Welbert, pois o conheço há tempos e posso atestar sua conduta e caráter ilibados.
Estive ontem numa palestra onde o delegado Protógenes Queiroz - que hoje paga caro por ter prendido o banqueiro bandido Daniel Dantas - afirmou que mesmo que ele seja calado de alguma forma pelos podres poderes que hoje estão instalados em Brasília, outros "protógenes" irão se levantar. Se encontra em franco processo hoje no Brasil uma inversão de valores onde bandido vira moçinho e moçinho vira bandido. Enquanto Protógenes é afastado do cargo na PF, o banqueiro bandido anda por aí de carrão e motorista, com direito a dois habeas-corpus impetrados em tempo recorde pelo supremo presidente do Supremo Tribunal Federal.
O exemplo do delegado Welbert faz jus à máxima do delegado Protógenes. Assim sendo, mantenhamos nossa esperança, pois ainda restam muitos homens de bem integrando nossas forças de segurança pública e judiciais, tanto quanto homens de bem, que só querem ajudar de alguma forma ao próximo, podem ser encontrados em quaisquer áreas. São aqueles pessoas para quem o altruísmo é profissão de fé.
Comentários
Isto ai promotor, todos estão fora... e assim ficarão. Todos precisam se mover quanto ao fortalecimento do sindicato diante de uma nova postura. Gostei do curso que a nova presidencia buscou em parceria.. dizem que a nova diretoria esta em busca de parcerias junto a Federação - Fetaemg. Agora querem trabalhar e as portas do sindicato estao abertas e transparentes a todos... torço para que seja verdade, pois os convenios do sindicato realmente sao verdadeiros... e as mulheres que la trabalham sao educadas e estao fazendo o melhor que podem para buscar parcerias para a populacao Rural.
HOMENAGEM A NÉM "FURRUBIM", LUIZ NUNES DE OLIVERIA.
Justiça condena vereador por omissão de cuidados e apropriação de aposentadoria de idoso
Publicado em 26/05/2010
» Vereador Ivan de Oliveira
"Negligência". Essa única palavra motivou todo o processo de uma sentença no município de Sabinópolis. O significado da palavra, de acordo com o estatuto do idoso, é claro: "omissão de cuidados necessários aos idosos, por parte dos responsáveis familiares ou institucionais." A negligência é uma das formas de violência contra os idosos mais presente no país.
O processo começou há quase dois anos. Após uma denúncia feita pelo Ministério Público no dia 22 de agosto de 2008, o acusado vereador Ivan de Oliveira foi preso em flagrante por estar em posse de um cartão do INSS e recebendo a aposentadoria no valor de um salário mínimo do seu curador, o idoso Luiz Nunes de Oliveira, de 65 anos, deixando o mesmo na miséria. Por motivos legais, o acusado foi solto no outro dia.
Um ano e nove meses depois da denúncia, no dia 22 de abril deste ano, a sentença foi proferida pela Juíza de Direito da Comarca de Sabinópolis, Cristiane Soares de Brito, e finalmente todo o processo pôde ser acompanhado.
De acordo com a sentença, as testemunhas, a vítima e o próprio acusado foram ouvidos na delegacia de Sabinópolis no dia 9 de julho de 2009. Durante o seu depoimento o vereador assumiu a curatela de Luis Nunes e alegou que ele estava "jogado na rua".
Segundo o vereador, o idoso se alimentava muito bem e sempre fazia compras em um determinado supermercado da cidade, ele apenas pagava as contas, e que, aliás, passava do valor da aposentadoria. O acusado ainda relatou no seu depoimento que o idoso vivia bêbado e levava os vizinhos para comer em sua casa. Sobre a situação da casa, Ivan afirmou que fez uma reforma na casa e protestou "ele não tem uma vida digna porque come muito".
Mas as testemunhas foram enfáticas ao retratar a realidade do idoso. Em todos os depoimentos colhidos na delegacia de policia as testemunhas relataram que o idoso estava em situação de abandono, vivendo em condições subumanas sem necessidades básicas como alimentação, moradia, água, luz, saneamento básico, higiene e também confirmaram que o Sr.Luiz nunca viu o dinheiro de sua aposentadoria.
Assistentes sociais do município também foram ao local e confirmaram a situação miserável em que o idoso vivia. Segundo os assistentes que depuseram, a situação era precária em todos os sentidos, sem o mínimo de conforto para se viver com dignidade.
Os assistentes sociais contaram que na casa havia apenas um sofá velho onde ele dormia há dois anos, uma cama sem colchão e um fogão a lenha, tomava banho de mangueira no quintal e as necessidades fisiológicas em uma fossa também no fundo do quintal.
Diante de todos os depoimentos, ficou comprovado que o acusado não zelou pelo bem estar do idoso nem de seus bens, portanto, a juíza sentenciou a condenação por abandonar idoso e não prover suas necessidades básicas quando obrigado por lei ou mandato e por aproriar-se de ou desviar bens ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade. (artigos 98 e 102 do código penal).
A juíza determinou pena de 2 anos, 3 meses e 7 dias de reclusão e 106 dias de multa, pelos dois crimes, e ficou decidido conforme a sentença, que o acusado pode recorrer em liberdade com prestação de serviço à comunidade, não praticar nenhum tipo de ato ilícito e de prestar serviços gratuitos durante um ano em uma instituição filantrópica escolhida pela policia militar.
Proferida a sentença, o Sr. Luiz Nunes de Oliveira passou a receber sua aposentadoria, e o melhor, conquistou a dignidade perdida há tantos anos.
Fonte: Folha de Guanhães.