UM BALANÇO DO PROUNI
Por Lúcia Stumpf, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE)
Publicado na Carta Capital
Dados do INEP recentemente divulgados na imprensa demonstram que bolsistas do Programa Universidade para Todos, o ProUni, tiveram nota igual ou superior aos demais estudantes no Enade, o exame nacional de avaliação do desenvolvimento do estudante de ensino superior. É a comprovação da importância do investimento em políticas públicas que democratizem o acesso ao Ensino Superior contemplando jovens de baixa renda. Segundo o Ministério da Educação (MEC), desde que foi instituído em 2005, até o momento, foram oferecidas 796.218 bolsas integrais e parciais.
O bom rendimento desmascara críticas preconceituosas que afirmavam que as instituições de ensino perderiam qualidade com a entrada de estudantes bolsistas, oriundos de escola pública e filhos de famílias de baixa renda. Demonstra a capacidade de superação do jovem que agarra com as duas mãos a possibilidade de cursar uma faculdade.
No Brasil, apenas 12% dos jovens entre 18 e 24 anos cursam o Ensino Superior. A grande maioria encontra as instituições públicas de portas fechadas pelo limitado número de vagas, apesar da recente expansão propiciada pelo Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). E as instituições privadas são inacessíveis aos jovens de baixa renda. O grande desafio do país é, portanto, radicalizar a democratização da universidade e romper os muros que a separam do povo brasileiro.
O maior mérito do ProUni é, portanto, o de incluir uma parcela da juventude oriunda das periferias dos grandes centros, até então estranha a esse ambiente, e que é capaz de mudar o perfil da universidade e de transformar o conhecimento ali forjado. Atualmente, negros, pardos e indígenas representam mais da metade dos bolsistas.
Para melhor conhecer as necessidades específicas dos bolsistas, a UNE realizou em 2008 uma série de encontros que reuniu mais de 10 mil prounistas em oito estados. O que já era direito para os estudantes não bolsistas foi conquistado nesses espaços, como o direito à transferência de curso e instituição, a igualdade de concorrência a todos os espaços da universidade, os programas de extensão e bolsas de pesquisa e a garantia de conclusão plena dos cursos.
Distorções também foram corrigidas, como a retirada da obrigatoriedade de comprovação de renda anual, que excluía do programa jovens que se empregassem ou conseguissem um estágio durante a graduação, promovendo o aumento da renda familiar. Entretanto, como principais reivindicações aparecem a ampliação do numero de bolsas integrais (100% de desconto na mensalidade) oferecidas e a criação de um plano nacional de assistência estudantil para o bolsista.
Vivendo a experiência do ProUni, quase cinco anos depois de sua implantação, fica claro que para democratizar a universidade não basta criar somente mecanismos de acesso. A adoção pelo Estado de políticas que favoreçam a permanência destes alunos na universidade contribuiria para que os mesmo pudessem concluir sua trajetória escolar com maior tempo disponível para dedicação aos estudos. Além disso, a criação de mecanismos que auxiliem o estudante bolsista a arcar com os gastos de transporte, alimentação e moradia durante o período da graduação, diminuirá a evasão no programa.
Um jovem com as características sociais exigidas pelo ProUni muda a qualidade de vida de sua família ao obter um diploma. Em recente pesquisa realizada pelo Ministério da Educação e pelo IBOPE com 1,2 mil recém-formados pelo PROUNI de diversas regiões do Brasil, concluiu-se que 80% dos estudantes que obtiveram bolsas integrais estão empregados. Além disso, a renda da família aumentou para 68% dos entrevistados e oito de cada dez bolsistas ouvidos afirmaram que membros da família foram motivados a iniciar ou prosseguir os estudos.
Durante o 51º Congresso da UNE, que reunirá cerca de 15 mil estudantes universitários de todo o Brasil, em Brasília, entre os dias 15 e 19 de julho, será realizado o 1º Encontro Nacional de Estudantes do ProUni. O encontro acontecerá no dia 16, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, e servirá para discutir e apresentar propostas e reivindicações ao MEC e ao presidente Lula, presente no evento.
A educação é um tema caro no Brasil e a implementação de políticas que permitam aos jovens sonhar com um futuro melhor, desafia e motiva a continuação da luta. Não queremos mais desperdiçar as grandes mentes brasileiras excluídas dos bancos escolares. Esse é o desafio de toda uma geração!
O bom rendimento desmascara críticas preconceituosas que afirmavam que as instituições de ensino perderiam qualidade com a entrada de estudantes bolsistas, oriundos de escola pública e filhos de famílias de baixa renda. Demonstra a capacidade de superação do jovem que agarra com as duas mãos a possibilidade de cursar uma faculdade.
No Brasil, apenas 12% dos jovens entre 18 e 24 anos cursam o Ensino Superior. A grande maioria encontra as instituições públicas de portas fechadas pelo limitado número de vagas, apesar da recente expansão propiciada pelo Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). E as instituições privadas são inacessíveis aos jovens de baixa renda. O grande desafio do país é, portanto, radicalizar a democratização da universidade e romper os muros que a separam do povo brasileiro.
O maior mérito do ProUni é, portanto, o de incluir uma parcela da juventude oriunda das periferias dos grandes centros, até então estranha a esse ambiente, e que é capaz de mudar o perfil da universidade e de transformar o conhecimento ali forjado. Atualmente, negros, pardos e indígenas representam mais da metade dos bolsistas.
Para melhor conhecer as necessidades específicas dos bolsistas, a UNE realizou em 2008 uma série de encontros que reuniu mais de 10 mil prounistas em oito estados. O que já era direito para os estudantes não bolsistas foi conquistado nesses espaços, como o direito à transferência de curso e instituição, a igualdade de concorrência a todos os espaços da universidade, os programas de extensão e bolsas de pesquisa e a garantia de conclusão plena dos cursos.
Distorções também foram corrigidas, como a retirada da obrigatoriedade de comprovação de renda anual, que excluía do programa jovens que se empregassem ou conseguissem um estágio durante a graduação, promovendo o aumento da renda familiar. Entretanto, como principais reivindicações aparecem a ampliação do numero de bolsas integrais (100% de desconto na mensalidade) oferecidas e a criação de um plano nacional de assistência estudantil para o bolsista.
Vivendo a experiência do ProUni, quase cinco anos depois de sua implantação, fica claro que para democratizar a universidade não basta criar somente mecanismos de acesso. A adoção pelo Estado de políticas que favoreçam a permanência destes alunos na universidade contribuiria para que os mesmo pudessem concluir sua trajetória escolar com maior tempo disponível para dedicação aos estudos. Além disso, a criação de mecanismos que auxiliem o estudante bolsista a arcar com os gastos de transporte, alimentação e moradia durante o período da graduação, diminuirá a evasão no programa.
Um jovem com as características sociais exigidas pelo ProUni muda a qualidade de vida de sua família ao obter um diploma. Em recente pesquisa realizada pelo Ministério da Educação e pelo IBOPE com 1,2 mil recém-formados pelo PROUNI de diversas regiões do Brasil, concluiu-se que 80% dos estudantes que obtiveram bolsas integrais estão empregados. Além disso, a renda da família aumentou para 68% dos entrevistados e oito de cada dez bolsistas ouvidos afirmaram que membros da família foram motivados a iniciar ou prosseguir os estudos.
Durante o 51º Congresso da UNE, que reunirá cerca de 15 mil estudantes universitários de todo o Brasil, em Brasília, entre os dias 15 e 19 de julho, será realizado o 1º Encontro Nacional de Estudantes do ProUni. O encontro acontecerá no dia 16, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, e servirá para discutir e apresentar propostas e reivindicações ao MEC e ao presidente Lula, presente no evento.
A educação é um tema caro no Brasil e a implementação de políticas que permitam aos jovens sonhar com um futuro melhor, desafia e motiva a continuação da luta. Não queremos mais desperdiçar as grandes mentes brasileiras excluídas dos bancos escolares. Esse é o desafio de toda uma geração!
Publicado na Carta Capital
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