ALBATROZ
Por Cléber Sérgio de Seixas
Voa, rodopia, mergulha, audaz albatroz!
Se Ícaro tivesse tuas asas, não teria caído no mar.
Oh, ave ousada e impudente,
por que desdenhas tocar o chão?
É próprio de ti transpor limites,
calcar barreiras,
vencer distâncias, alturas,
arriscando-te a terminar no mar,
nas entranhas de Netuno?
Uma turba corre para ver-te, pássaro metálico,
erguendo-te pelo ruflar de tuas asas.
Então tu mergulhas,
declinas ao chão,
ameaçando desfazer-te em pedaços.
Mas eis que te recuperas,
eleva-te de novo, triunfa,
arranca suspiros e rumas ao zênite.
Voa, rodopia, mergulha, audaz albatroz!
Pois ser intrépido, ousado,
é melhor que a mesmice das coisas,
que a segurança das regras,
que a rigidez das convenções.
A dádiva que recebestes de Prometeu
abriu-te à transcendência,
fez-te impávido sonhador
e te indicou que é preciso voar,
é arriscado voar,
mas voar é precioso.
Se apenas tua fosse a imensidão,
nos céus não caberia tua soberba,
porque te consideras Odisseu ladino,
com as mãos no timão do destino,
mas não passas de Narciso apaixonado,
perdido na contemplação de si mesmo.
Ponderas sobre o que és,
para que a tua sentença não seja o vagueio solitário,
e teu lar a inconstância das nuvens errantes.
Voa, rodopia, mergulha, audaz albatroz!
Pois Nietzsche asseverou
que és corda estendida entre o que foste e o que serás,
trajetória entre o submisso e o supremo.
Concebido foste para a aventura,
gestado para gravar poemas nos céus,
do topo do teu poderoso e arguto olhar,
com loops impossíveis, mortais e rasantes.
Oh, grandiosa ave
tuas longas asas fazem exímio o teu voar.
Contudo em terra és estrangeira.
Teu lar é entre as nuvens.
Mas cuida-te!
Teme o mar, tua ruína!
Teme o vôo sem limites!
Teme o calor do sol a queimar-te, Ícaro desvairado!
Teme tua própria insensatez!
Voa, rodopia, mergulha, audaz albatroz!
Se Ícaro tivesse tuas asas, não teria caído no mar.
Oh, ave ousada e impudente,
por que desdenhas tocar o chão?
É próprio de ti transpor limites,
calcar barreiras,
vencer distâncias, alturas,
arriscando-te a terminar no mar,
nas entranhas de Netuno?
Uma turba corre para ver-te, pássaro metálico,
erguendo-te pelo ruflar de tuas asas.
Então tu mergulhas,
declinas ao chão,
ameaçando desfazer-te em pedaços.
Mas eis que te recuperas,
eleva-te de novo, triunfa,
arranca suspiros e rumas ao zênite.
Voa, rodopia, mergulha, audaz albatroz!
Pois ser intrépido, ousado,
é melhor que a mesmice das coisas,
que a segurança das regras,
que a rigidez das convenções.
A dádiva que recebestes de Prometeu
abriu-te à transcendência,
fez-te impávido sonhador
e te indicou que é preciso voar,
é arriscado voar,
mas voar é precioso.
Se apenas tua fosse a imensidão,
nos céus não caberia tua soberba,
porque te consideras Odisseu ladino,
com as mãos no timão do destino,
mas não passas de Narciso apaixonado,
perdido na contemplação de si mesmo.
Ponderas sobre o que és,
para que a tua sentença não seja o vagueio solitário,
e teu lar a inconstância das nuvens errantes.
Voa, rodopia, mergulha, audaz albatroz!
Pois Nietzsche asseverou
que és corda estendida entre o que foste e o que serás,
trajetória entre o submisso e o supremo.
Concebido foste para a aventura,
gestado para gravar poemas nos céus,
do topo do teu poderoso e arguto olhar,
com loops impossíveis, mortais e rasantes.
Oh, grandiosa ave
tuas longas asas fazem exímio o teu voar.
Contudo em terra és estrangeira.
Teu lar é entre as nuvens.
Mas cuida-te!
Teme o mar, tua ruína!
Teme o vôo sem limites!
Teme o calor do sol a queimar-te, Ícaro desvairado!
Teme tua própria insensatez!
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