COPENHAGUE - UMA ESPERANÇA
Por Cléber Sérgio de Seixas
O mundo está diante de um dilema: continuar o desenvolvimento nos moldes atuais, que entendemos como predatórios, não sustentáveis, poluidores; ou repensar o modelo atual, fortalecendo o que se conhece por desenvolvimento sustentável. Pode-se definir desenvolvimento sustentável como a utilização dos recursos naturais pela geração atual sem comprometer uso semelhante pelas gerações vindouras. Por exemplo, a água poderia ser utilizada para fins comerciais e não comerciais - saciar nossa sede, por exemplo - sem que tal uso compremetesse o acesso das gerações futuras à mesma. Ou seja, se a forma como hoje utilizamos a água resultasse em sua diminuição, degradação ou esgotamento, privando nossos filhos e netos deste bem essencial à vida, não poderíamos falar em desenvolvimento sustentável. O imperativo "explore, mas reponha de alguma forma" seria interessante para sintetizar a idéia de um desenvolvimento em moldes sustentáveis.
Em todo o globo temos visto exemplos de degradações ambientais que ameaçam a existência das espécies. Um exemplo marcante é o dos ursos polares que são obrigados a nadar distâncias cada vez maiores para encontrar focas e outros animais que fazem parte de sua dieta, devido ao derretimento das calotas polares, consequência direta do aquecimento global. Outro fenômeno é o derretimento de grandes geleiras tais como as encontradas nos Andes, cujas águas suprem as nascentes de alguns rios amazônicos. O Kilimanjaro, imponente montanha localizada na Tanzânia e um dos cartões postais do continente africano, em breve perderá sua cobertura de gelo e sua exuberância. Em todos os continentes, rios poderão desaparecer, e a selva amazônica pode se transformar, dentro de algumas décadas, numa imensa savana. Recentemente estive no sul da Bahia e pude presenciar como o mar tem avançado no litoral sul daquele estado (leiam o texto que escrevi sobre o assunto).
Pensando em tais catastróficos eventos, o mundo começa a rediscutir o futuro climático do planeta. Copenhague, Dinamarca, sediará a 15ª Conferência das Partes da Convenção das Mudanças Climáticas (COP15), cujo objetivo é propor soluções aos desafios que o aquecimento global tem imposto (leia o texto de Frei Betto que foi reproduzido neste blog). Preparado pela ONU, o encontro entre os chefes de Estado tem a intenção de ir além de proporcionar um fórum de debates sobre um tema de vital importância atualmente. A intenção é que do encontro surjam instrumentos e um cronograma para a implentação de planos cujas metas são a sobrevivência da humanidade.
Um dos objetivos concretos do encontro é limitar a concentração de gases causadores do efeito estufa a 445 ppm (partículas por milhão). Para que isto seja possível, seria necessário reduzir pela metade as emissões mundiais desses gases até 2050. O grande dilema reside no fato de que, enquanto os grandes emissores, em geral os países desenvolvidos do hemisfério norte, resistem em fazer suas partes, os países em desenvolvimento do hemisfério sul, cujo desenvolvimento atende às carências das populações desses países, cobram dos primeiros auxílio para reduzir as emissões. Os EUA, por exemplo, assinaram mas não ratificaram o Protocolo de Quioto.
O mundo está diante de um dilema: continuar o desenvolvimento nos moldes atuais, que entendemos como predatórios, não sustentáveis, poluidores; ou repensar o modelo atual, fortalecendo o que se conhece por desenvolvimento sustentável. Pode-se definir desenvolvimento sustentável como a utilização dos recursos naturais pela geração atual sem comprometer uso semelhante pelas gerações vindouras. Por exemplo, a água poderia ser utilizada para fins comerciais e não comerciais - saciar nossa sede, por exemplo - sem que tal uso compremetesse o acesso das gerações futuras à mesma. Ou seja, se a forma como hoje utilizamos a água resultasse em sua diminuição, degradação ou esgotamento, privando nossos filhos e netos deste bem essencial à vida, não poderíamos falar em desenvolvimento sustentável. O imperativo "explore, mas reponha de alguma forma" seria interessante para sintetizar a idéia de um desenvolvimento em moldes sustentáveis.
Em todo o globo temos visto exemplos de degradações ambientais que ameaçam a existência das espécies. Um exemplo marcante é o dos ursos polares que são obrigados a nadar distâncias cada vez maiores para encontrar focas e outros animais que fazem parte de sua dieta, devido ao derretimento das calotas polares, consequência direta do aquecimento global. Outro fenômeno é o derretimento de grandes geleiras tais como as encontradas nos Andes, cujas águas suprem as nascentes de alguns rios amazônicos. O Kilimanjaro, imponente montanha localizada na Tanzânia e um dos cartões postais do continente africano, em breve perderá sua cobertura de gelo e sua exuberância. Em todos os continentes, rios poderão desaparecer, e a selva amazônica pode se transformar, dentro de algumas décadas, numa imensa savana. Recentemente estive no sul da Bahia e pude presenciar como o mar tem avançado no litoral sul daquele estado (leiam o texto que escrevi sobre o assunto).
Pensando em tais catastróficos eventos, o mundo começa a rediscutir o futuro climático do planeta. Copenhague, Dinamarca, sediará a 15ª Conferência das Partes da Convenção das Mudanças Climáticas (COP15), cujo objetivo é propor soluções aos desafios que o aquecimento global tem imposto (leia o texto de Frei Betto que foi reproduzido neste blog). Preparado pela ONU, o encontro entre os chefes de Estado tem a intenção de ir além de proporcionar um fórum de debates sobre um tema de vital importância atualmente. A intenção é que do encontro surjam instrumentos e um cronograma para a implentação de planos cujas metas são a sobrevivência da humanidade.
Um dos objetivos concretos do encontro é limitar a concentração de gases causadores do efeito estufa a 445 ppm (partículas por milhão). Para que isto seja possível, seria necessário reduzir pela metade as emissões mundiais desses gases até 2050. O grande dilema reside no fato de que, enquanto os grandes emissores, em geral os países desenvolvidos do hemisfério norte, resistem em fazer suas partes, os países em desenvolvimento do hemisfério sul, cujo desenvolvimento atende às carências das populações desses países, cobram dos primeiros auxílio para reduzir as emissões. Os EUA, por exemplo, assinaram mas não ratificaram o Protocolo de Quioto.
As conversações em Copenhague levarão, invariavelmente, às seguintes questões:
- Os países ricos, que mais poluem, vão fazer a sua parte?
- Como fiscalizar as promessas para que as mesmas não caiam no vazio?
- Os países ricos vão financiar os países em desenvolvimento na empreitada de reduzir as emissões?
- O que fazer com o Protocolo de Quioto?
- Haverá proteção contra o desmatamento das florestas tropicais, sobretudo a Amazônia?
Qualquer que seja o cronograma ou agenda propostos, no futuro deverá haver uma mudança de paradigmas quanto ao modelo de desenvolvimento atual. Se não houver um consenso e cessão de ambas as partes, sobretudo daqueles países que integram o rol dos mais poluidores, o futuro do planeta poderá ser mais nebuloso e cinzento do que supõe nossa ciência.
Diante do dantesco cenário da degradação ambiental, a COP15 pode ser considerada uma luz no fim do túnel para aqueles que estavam perdendo as esperanças num futuro mais verde e menos cinza. Esperamos que os discursos evoluam para a prática, que as promessas se tornem compromissos e que o homem possa fazer as pazes com o planeta, nossa aldeia comum, nossa mãe Gaia.
- Os países ricos, que mais poluem, vão fazer a sua parte?
- Como fiscalizar as promessas para que as mesmas não caiam no vazio?
- Os países ricos vão financiar os países em desenvolvimento na empreitada de reduzir as emissões?
- O que fazer com o Protocolo de Quioto?
- Haverá proteção contra o desmatamento das florestas tropicais, sobretudo a Amazônia?
Qualquer que seja o cronograma ou agenda propostos, no futuro deverá haver uma mudança de paradigmas quanto ao modelo de desenvolvimento atual. Se não houver um consenso e cessão de ambas as partes, sobretudo daqueles países que integram o rol dos mais poluidores, o futuro do planeta poderá ser mais nebuloso e cinzento do que supõe nossa ciência.
Diante do dantesco cenário da degradação ambiental, a COP15 pode ser considerada uma luz no fim do túnel para aqueles que estavam perdendo as esperanças num futuro mais verde e menos cinza. Esperamos que os discursos evoluam para a prática, que as promessas se tornem compromissos e que o homem possa fazer as pazes com o planeta, nossa aldeia comum, nossa mãe Gaia.
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