OPERAÇÃO MANUMISSÃO
Por Cléber Sérgio de Seixas
Em pleno século XXI causa assombro e perplexidade saber que o trabalho escravo e semi-escravo ainda existe. Principalmente nos rincões distantes dos grandes centros urbanos podemos assinalar que a prática é mais comum do que acreditam os mais otimistas. O homem do campo é presa fácil dos aproveitadores de plantão devido à sua baixa escolaridade e às precárias condições de fiscalização das condições de trabalho nas regiões remotas por parte dos órgãos competentes.
Talvez alguns leitores não se lembrem do episódio que ficou conhecido como Chacina de Unaí, no qual três fiscais do Ministério do Trabalho e um motorista foram assassinados a mando dos irmãos Norberto e Antério Mânica. O crime teria sido em represália às várias multas que os fiscais aplicaram em função dos flagrantes, constantes e reincidentes desrespeitos à legislação trabalhista, eufemismo para trabalho escravo. Norberto Mânica, ainda hoje, é conhecido na região como “rei do feijão” e seu irmão, Antério, pasmem, é o atual prefeito da cidade de Unaí. Até hoje os réus não foram a júri.
É sabido que nas cidades interioranas, sobretudo nas regiões rurais, há quem se aproveite da falta de instrução dos trabalhadores rurais para enganá-los das formas mais ultrajantes. No dia 24 e 26 de junho deste ano este blog replicou matérias que foram veiculadas pelo jornal online Folha de Guanhães (leia aqui a matéria da Folha de Guanhães do dia 24 e aqui a do dia 26). As matérias (cliquem aqui e aqui para ler as matérias no Blog) reportavam uma operação da polícia civil levada a cabo na cidade de Sabinópolis, situada a 282 Km de Belo Horizonte, próximo à cidade de Guanhães.
Chefiada pelo delegado Welbert de Souza Santos, a Operação Manumissão, também conhecida como Operação Alforria – batizada assim exatamente pelo caráter libertário a que se propõe – é uma resposta às várias denuncias de trabalhadores rurais vitimados pela ação criminosa do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Sabinópolis. O modus operandi dos sindicalistas, basicamente, consta da enriquecimento ilícito decorrente de apropriação indébita de parcelas de aposentadorias dos trabalhadores rurais. Além disto, as investigações apontam para uma variedade de crimes, tais como constrangimento ilegal, estelionato, formação de caixa dois, falsidade ideológica, formação de quadrilha e outros. Afonso da Aparecida dos Santos, diretor e presidente do sindicato investigado, está no cargo há aproximadamente 20 anos, o que por si só consiste em forte indício de formação de quadrilha. No quadro de funcionários do sindicato se encontram familiares do presidente, tal como esposa e filhos, todos ocupando cargos remunerados. Logo no seu primeiro dia a Manumissão apreendeu farta documentação, além de dinheiro, computadores e até um cofre, que teve de ser removido pois não pôde ser aberto no local.
Aqueles que calejaram as mãos por anos a fio, ansiosos por cessarem a labuta e aposentarem-se, deparam, no fim de uma longa e penosa jornada laboral, com gente inescrupulosa, criminosa e aproveitadora. Na matéria da rede de televisão Record, que vocês assistirão abaixo, um casal de aposentados rurais, que esperava receber cerca de seis mil reais de aposentadoria, e com tal quantia planejava reformar a casa, teria recebido somente mil e setecentos reais, já que a diferença teria sido "surrupiada" pelos integrantes do sindicato criminoso.
Sabemos que justiça no Brasil é lenta, no entanto cabe aos cidadãos de bem que porventura souberem de mais ilicitudes praticadas pelo sindicato alvo da Operação Manumissão, fazerem suas partes e colaborarem com as autoridades encarregadas das investigações, dentre as quais o delegado Welbert de Souza, de forma a mandar para a cadeia gente que se aproveita da falta de instrução de gente humilde para enriquecer.
Nos rincões do Brasil muitos ainda precisam ser alforriados do trabalho escravo e dos enganos a que são submetidos por bandidos travestidos de sindicalistas e empresários. Assim sendo, operações como a Manumissão deveriam ser levadas a cabo com mais freqüência, e, sobretudo, noticiadas pela grande mídia, de forma a coibir a ação de outras quadrilhas Brasil afora, já que tal tipo de crime é mais comum do que se supõe.
Reportagem da Record cobrindo a OperaçãoTalvez alguns leitores não se lembrem do episódio que ficou conhecido como Chacina de Unaí, no qual três fiscais do Ministério do Trabalho e um motorista foram assassinados a mando dos irmãos Norberto e Antério Mânica. O crime teria sido em represália às várias multas que os fiscais aplicaram em função dos flagrantes, constantes e reincidentes desrespeitos à legislação trabalhista, eufemismo para trabalho escravo. Norberto Mânica, ainda hoje, é conhecido na região como “rei do feijão” e seu irmão, Antério, pasmem, é o atual prefeito da cidade de Unaí. Até hoje os réus não foram a júri.
É sabido que nas cidades interioranas, sobretudo nas regiões rurais, há quem se aproveite da falta de instrução dos trabalhadores rurais para enganá-los das formas mais ultrajantes. No dia 24 e 26 de junho deste ano este blog replicou matérias que foram veiculadas pelo jornal online Folha de Guanhães (leia aqui a matéria da Folha de Guanhães do dia 24 e aqui a do dia 26). As matérias (cliquem aqui e aqui para ler as matérias no Blog) reportavam uma operação da polícia civil levada a cabo na cidade de Sabinópolis, situada a 282 Km de Belo Horizonte, próximo à cidade de Guanhães.
Chefiada pelo delegado Welbert de Souza Santos, a Operação Manumissão, também conhecida como Operação Alforria – batizada assim exatamente pelo caráter libertário a que se propõe – é uma resposta às várias denuncias de trabalhadores rurais vitimados pela ação criminosa do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Sabinópolis. O modus operandi dos sindicalistas, basicamente, consta da enriquecimento ilícito decorrente de apropriação indébita de parcelas de aposentadorias dos trabalhadores rurais. Além disto, as investigações apontam para uma variedade de crimes, tais como constrangimento ilegal, estelionato, formação de caixa dois, falsidade ideológica, formação de quadrilha e outros. Afonso da Aparecida dos Santos, diretor e presidente do sindicato investigado, está no cargo há aproximadamente 20 anos, o que por si só consiste em forte indício de formação de quadrilha. No quadro de funcionários do sindicato se encontram familiares do presidente, tal como esposa e filhos, todos ocupando cargos remunerados. Logo no seu primeiro dia a Manumissão apreendeu farta documentação, além de dinheiro, computadores e até um cofre, que teve de ser removido pois não pôde ser aberto no local.
Aqueles que calejaram as mãos por anos a fio, ansiosos por cessarem a labuta e aposentarem-se, deparam, no fim de uma longa e penosa jornada laboral, com gente inescrupulosa, criminosa e aproveitadora. Na matéria da rede de televisão Record, que vocês assistirão abaixo, um casal de aposentados rurais, que esperava receber cerca de seis mil reais de aposentadoria, e com tal quantia planejava reformar a casa, teria recebido somente mil e setecentos reais, já que a diferença teria sido "surrupiada" pelos integrantes do sindicato criminoso.
Sabemos que justiça no Brasil é lenta, no entanto cabe aos cidadãos de bem que porventura souberem de mais ilicitudes praticadas pelo sindicato alvo da Operação Manumissão, fazerem suas partes e colaborarem com as autoridades encarregadas das investigações, dentre as quais o delegado Welbert de Souza, de forma a mandar para a cadeia gente que se aproveita da falta de instrução de gente humilde para enriquecer.
Nos rincões do Brasil muitos ainda precisam ser alforriados do trabalho escravo e dos enganos a que são submetidos por bandidos travestidos de sindicalistas e empresários. Assim sendo, operações como a Manumissão deveriam ser levadas a cabo com mais freqüência, e, sobretudo, noticiadas pela grande mídia, de forma a coibir a ação de outras quadrilhas Brasil afora, já que tal tipo de crime é mais comum do que se supõe.
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