O RETORNO DE ZELAYA

Tegucigalpa – O governo interino de Honduras anunciou ontem que não mais reconhecerá a Carta de direitos da Organização dos Estados Americanos (OEA), acusando o corpo diplomático de tentar impor "resoluções não dignas e unilaterais" à gestão que assumiu o poder após um golpe militar, há uma semana. A ação contou com apoio do Exército e resultou na expulsão do país do então presidente Manuel Zelaya. O líder deposto, por sua vez, anunciou que retorna hoje ao país.

A declaração significa que Honduras, um dos países mais pobres das Américas, deixará a OEA e não sofrerá sanções da organização. Mesmo assim, o governo imposto não conseguirá evitar que outros grupos e países suspendam ajuda humanitária e empréstimos.

O presidente deposto, por sua vez, confirmou que volta hoje à capital do país, acompanhado de "vários presidentes", e afirmou que o governo provisório deve devolver a democracia à nação, segundo declarações feitas à rede Telesur. Ele pediu a seus seguidores que o acompanhem sem armas e exigiu uma reparação do atual governo.

A Organização dos Estados Americanos (OEA), que se reuniu ontem para debater a situação hondurenha, poderia suspender o país do órgão, devido à recusa do governo interino em devolver o cargo a Zelaya. Até o fechamento desta edição, a reunião estava em andamento, em Washington. A crise em Honduras também gerou tensões com outros países da América Central. A Nicaraguá pediu à OEA que pressione o país e consiga a libertação de 70 nicaraguenses, presos por supostamente apoiar as manifestações em favor do presidente Zelaya.

Fonte: Jornal Estado de Minas

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