BRT e transtornos no metrô BH
Por Cléber Sérgio de Seixas
A última pesquisa SIPS (Sistema de Indicadores de Percepção Social) do IPEA demonstrou como os brasileiros estão percebendo o transporte e a mobilidade urbana. A pesquisa que ouviu 2.786 pessoas em 146 municípios, em linhas gerais, apontou uma preocupação maior com rapidez, preço e disponibilidade do transporte. Demonstrou também que 60% dos habitantes das regiões metropolitanas utilizam o transporte público em seus deslocamentos. Fora dos grandes centros urbanos esse número cai para 25%. De certa forma, a pesquisa revela o que o senso-comum já atestava.
A capital mineira já prepara sua infra-estrutura para importantes eventos internacionais como a Copa do Mundo de futebol em 2014 e as Olimpíadas em 2016. Enquanto as obras de modernização do estádio Magalhães Pinto, vulgo Mineirão, vão de vento em popa, o mesmo não pode ser dito a respeito das obras de infra-estrutura de transportes.
As obras de adequação e ampliação da Avenida Antônio Carlos, um dos principais corredores que fazem a ligação entre o centro e a região norte de Belo Horizonte, já causam enormes transtornos no ir e vir de milhares de pessoas. Essa avenida será a primeira a implantar o sistema BRT (Bus Rapid Transit). Em virtude de tais obras, muitos têm optado pelo deslocamento através de outro vetor de ligação da região norte ao centro: a Avenida Cristiano Machado. Ocorre que este corredor frequentemente apresenta pontos de retenção nos horários de pico, provocando grandes congestionamentos, apesar de recentemente ter passado por obras de expansão.
Fugindo da Antônio Carlos e da Cristiano Machado, os usuários do transporte público da capital mineira e região metropolitana que querem se deslocar da região norte para o centro têm no metrô sua única alternativa para chegar a tempo ao trabalho. Em consequência, os metrôs estão trafegando no limite de sua capacidade de lotação nos horários de pico da manhã, não sendo incomum já saírem superlotados da estação Vilarinho. Quem desembarca na estação Vilarinho pela manhã passa por um verdadeiro sufoco, haja vista o desespero daqueles que tentam entrar. Às vezes, o trem que já saiu da Vilarinho lotado chega à estação São Gabriel – uma das mais movimentadas do sistema - sem condições para o embarque, obrigando os passageiros a aguardarem a próxima composição.
Entre os dias 21 de março e 14 de abril últimos, em horários de maior movimentação de passageiros, a CBTU promoveu uma campanha educativa na estação Vilarinho visando estimular bons hábitos de segurança no embarque e desembarque. Sob o slogan “Deixe sair para depois entrar”, os monitores tentavam conscientizar os passageiros. Lograram certo êxito durante a campanha, mas tão logo a mesma terminou, os atropelos reiniciaram, bem como os atrasos decorrentes dos tumultos nos embarques/desembarques.
Enquanto prosseguem as obras na Avenida Antônio Carlos e os amassos e atropelos no metrô durante os horários de pico, nada se diz sobre a construção das linhas 2 e 3. Também nada se fala sobre opções que, apesar de mais onerosas que o BRT, trariam impacto mais positivo sobre a infraestrutura de transportes da capital mineira, como o VLT e o trem monotrilho. Pelo visto, apenas o BRT se tornará realidade até a Copa 2014, deslocando-se sobre os corredores da Antônio Carlos, Cristiano Machado e Pedro II. Tais obras, sobretudo as da Cristiano Machado, prometem transtornos futuros para os sofridos usuários dos transportes públicos da RMBH. A opção pelo modal rodoviário, em detrimento de expansões no ferroviário, fica patente na implantação do BRT.
Paralelamente às obras da Avenida Antônio Carlos, um grande shopping Center está sendo construído sobre a estação intermodal Vilarinho. É pouco provável que tal empreendimento vá mitigar o sofrimento dos que utilizam o metrô de Belo Horizonte no sentido norte - oeste durante os horários de pico, mas isso é outra história e assunto para outro artigo.
Abaixo um vídeo mostrando a campanha em prol do embarque seguro.
A capital mineira já prepara sua infra-estrutura para importantes eventos internacionais como a Copa do Mundo de futebol em 2014 e as Olimpíadas em 2016. Enquanto as obras de modernização do estádio Magalhães Pinto, vulgo Mineirão, vão de vento em popa, o mesmo não pode ser dito a respeito das obras de infra-estrutura de transportes.
As obras de adequação e ampliação da Avenida Antônio Carlos, um dos principais corredores que fazem a ligação entre o centro e a região norte de Belo Horizonte, já causam enormes transtornos no ir e vir de milhares de pessoas. Essa avenida será a primeira a implantar o sistema BRT (Bus Rapid Transit). Em virtude de tais obras, muitos têm optado pelo deslocamento através de outro vetor de ligação da região norte ao centro: a Avenida Cristiano Machado. Ocorre que este corredor frequentemente apresenta pontos de retenção nos horários de pico, provocando grandes congestionamentos, apesar de recentemente ter passado por obras de expansão.
Fugindo da Antônio Carlos e da Cristiano Machado, os usuários do transporte público da capital mineira e região metropolitana que querem se deslocar da região norte para o centro têm no metrô sua única alternativa para chegar a tempo ao trabalho. Em consequência, os metrôs estão trafegando no limite de sua capacidade de lotação nos horários de pico da manhã, não sendo incomum já saírem superlotados da estação Vilarinho. Quem desembarca na estação Vilarinho pela manhã passa por um verdadeiro sufoco, haja vista o desespero daqueles que tentam entrar. Às vezes, o trem que já saiu da Vilarinho lotado chega à estação São Gabriel – uma das mais movimentadas do sistema - sem condições para o embarque, obrigando os passageiros a aguardarem a próxima composição.
Entre os dias 21 de março e 14 de abril últimos, em horários de maior movimentação de passageiros, a CBTU promoveu uma campanha educativa na estação Vilarinho visando estimular bons hábitos de segurança no embarque e desembarque. Sob o slogan “Deixe sair para depois entrar”, os monitores tentavam conscientizar os passageiros. Lograram certo êxito durante a campanha, mas tão logo a mesma terminou, os atropelos reiniciaram, bem como os atrasos decorrentes dos tumultos nos embarques/desembarques.
Enquanto prosseguem as obras na Avenida Antônio Carlos e os amassos e atropelos no metrô durante os horários de pico, nada se diz sobre a construção das linhas 2 e 3. Também nada se fala sobre opções que, apesar de mais onerosas que o BRT, trariam impacto mais positivo sobre a infraestrutura de transportes da capital mineira, como o VLT e o trem monotrilho. Pelo visto, apenas o BRT se tornará realidade até a Copa 2014, deslocando-se sobre os corredores da Antônio Carlos, Cristiano Machado e Pedro II. Tais obras, sobretudo as da Cristiano Machado, prometem transtornos futuros para os sofridos usuários dos transportes públicos da RMBH. A opção pelo modal rodoviário, em detrimento de expansões no ferroviário, fica patente na implantação do BRT.
Paralelamente às obras da Avenida Antônio Carlos, um grande shopping Center está sendo construído sobre a estação intermodal Vilarinho. É pouco provável que tal empreendimento vá mitigar o sofrimento dos que utilizam o metrô de Belo Horizonte no sentido norte - oeste durante os horários de pico, mas isso é outra história e assunto para outro artigo.
Abaixo um vídeo mostrando a campanha em prol do embarque seguro.
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