50 ANOS DA REVOLUÇÃO CUBANA
Por Cléber Sérgio de Seixas
Sei que estou um pouco atrasado ao abordar este tema, mas não poderia deixar “passar batido” o aniversário de um evento tão importante quanto foi a Revolução Cubana, episódio de importância histórica crucial, cuja compreensão é imprescindível para se ter um conhecimento adequado da história recente da América Latina.
Che e Camilo Cienfuegos
No caminho para o aeroporto de Havana, capital de Cuba, é possível avistar um outdoor onde se lê a seguinte frase: “Nesta noite 200 milhões de crianças dormirão na rua. Nenhuma delas é cubana”. Pergunto ao leitor: qual país, seja ele do primeiro ou do terceiro mundo, desenvolvido, em vias de desenvolvimento ou subdesenvolvido, que pode ter a ousadia de fixar um cartaz com tais dizeres? Respondo que pouquíssimos países poderiam repetir tal gesto. Nem mesmo a nação de mister Obama estaria qualificada para tal.
Há 50 anos, guerrilheiros barbudos em suas fardas verde-oliva desceram as serras de Cuba e tomaram de assalto as cidades – de Santiago, passando por Santa Clara, até a apoteose em Havana. Foram recebidos feito heróis pelo povo. A mobilização popular provocaria a fuga de Fulgêncio Batista para Ciudad Trujillo, na República Dominicana. Logo se iniciou a “Caravana da Liberdade”, na qual Fidel e os demais revolucionários percorreriam as províncias, proclamando a vitória popular e o início de uma nova era. “Os que pensavam seguir / Ganhando cem por cento / Com casas e apartamentos / E deixando o povo sofrer / Seguindo de modo cruel / Contra o povo conspirando / Para seguir explorando-o / Então chegou Fidel / Acabou a diversão / Chegou o Comandante e mandou parar”, dizia uma canção de Carlos Puebla.
Che e Fidel
Cuba fora durante anos um verdadeiro bordel dos norte-americanos, que já no início do século passado haviam condenado a ilha à vocação de república das bananas através da famigerada Emenda Platt, a qual, dentre outras coisas, deu aos estadunidenses o direito à base naval de Guantánamo. Nos anos imediatamente anteriores à revolução, Cuba era dominada pela máfia norte-americana e amargara décadas debaixo das botas do ditador Batista.
Dentre as várias personalidades de renome do Movimento 26 de Julho, uma tornou-se ícone para as esquerdas: Che Guevara. Che abandonara Cuba para tentar repetir a experiência da revolução daquele país em outros lugares. Em outubro de 1967, após vários meses de impiedoso cerco, foi assassinado na Bolívia, após ter sido caçado feito animal pelos Rangers e pelo exército boliviano (clique aqui para ler o que escrevi sobre Che). Também devem ser lembrados o grande timoneiro da Revolução Cubana, Fidel Castro, Camilo Cienfuegos, companheiro de Che na tomada da cidade de Santa Clara e Raúl Castro, irmão de Fidel, atual presidente de Cuba. Não esqueçamos também da bravura dos demais guerrilheiros e da consciência política do povo cubano, que prontamente atendeu ao chamado dos revolucionários, engrossando as fileiras e tornando possível a derrubada do ditador e títere dos interesses norte-americanos.
Cadáver de Che na Bolívia
No poder, os revolucionários cubanos iniciaram uma série de medidas que entram em choque direto com os interesses norte-americanos no país. A anulação da Emenda Platt e a nacionalização de empresas estrangeiras no país, dentre outras medidas, motivaram o governo dos Estados Unidos a iniciar, em outubro de 1960, um embargo econômico que já dura 50 anos e é amplamente condenado pela comunidade internacional por seus efeitos nefastos na vida do povo cubano e por não se justificar, haja visto que nenhum outro país sofreu uma sanção tão duradoura, nem mesmo países comunistas culpados de atrocidades como a Romênia e o Camboja - este último, por exemplo, sob o comando do Khmer Vermelho é acusado de ter assassinado mais de 3 milhões de cambojanos.
Em 19 de abril de 1961, contra-revolucionários treinados e apoiados pelos Estados Unidos tentam invadir a ilha desembarcando na Baía dos Porcos. Fidel dirige pessoalmente a operação para rechaçar os invasores, que em 36 horas são derrotados. Em resposta à invasão de Playa Girón e à instalação de mísseis nucleares na Turquia pelos estadunidenses, os soviéticos decidem instalar bases de lançamento de mísseis nucleares em Cuba. O conflito, que ficou conhecido como a Crise dos Mísseis, acabou após 13 dias (os 13 dias que abalaram o mundo), durante os quais o mundo esteve prestes a protagonizar uma guerra nuclear de grandes proporções.
Sobre a influência da revolução cubana nos demais países latino-americanos, cito alguns trechos do livro Da Guerrilha ao Socialismo: A Revolução Cubana de autoria do saudoso sociólogo Florestan Fernandes: “Quando se deu a revolução, ela causou grande impacto político nos países latino-americanos. (...) A revolução cubana forçou uma redefinição das polarizações de lealdades, com referência aos padrões de integração social que correspondem às alternativas de desenvolvimento de nosso sistema civilizatório. De um lado, ela provocou reações defensivas que orientaram as influências estadunidenses em nova direção: de intervir ativamente junto aos governos e à opinião pública latino-americana para fortalecer às soluções neoliberais de desenvolvimento econômico, político e social. (...) De outro lado, a revolução cubana introduziu a experiência socialista nas Américas, ou seja, converteu em realidade histórica as opções inconformistas diante da mudança social de cunho especificamente revolucionário”. Conforme revelam as palavras de Florestan, Cuba tornou-se um modelo que passou a ser seguido pelos demais países latino-americanos. A experiência do foco revolucionário seria tentada em vários países abaixo do rio Grande, sem sucesso na maioria delas. No Brasil de fins dos anos 60, estudantes empunharam armas e tentaram repetir aqui as mesmas táticas de guerrilha, no campo e nas cidades, que foram utilizadas pelos guerrilheiros da Sierra Maestra. Carecendo, porém, das mesmas condições geopolíticas que estavam presentes em Cuba, foram massacrados, numa luta assemelhada à de Davi contra Golias. Com o intuito de neutralizar a influência do ideário da Revolução Cubana na América Latina, é instituída a Aliança para o Progresso, programa de cooperação financeira e técnica encabeçado pelos EUA.
Com a derrocada dos regimes comunistas no leste europeu, sobretudo na União Soviética, a situação econômica de Cuba se viu em maus lençóis, já que a URSS era mecenas do desenvolvimento cubano e principal parceira comercial da ilha.
Enquanto o efeito dominó da queda dos regimes socialistas na Europa estava em franco avanço, o socialismo cubano prosseguia aos trancos e barrancos, garantindo aos cidadãos cubanos o acesso aos serviços básicos, mesmo sofrendo os fortes efeitos da crise econômica.
A História parece provar que os sistemas socialistas que foram impostos de cima para baixo falharam, tal como sucedeu com os do leste europeu, enquanto aqueles que surgiram nos moldes de revoluções populares, a exemplo de Cuba e China, prosseguiram cada qual com sua vertente de socialismo. Hoje o exemplo chinês é, talvez, um misto de capitalismo desenvolvimentista de Estado com socialismo linha dura – quem sabe a China não esteja tentando colocar em prática a teoria marxista de que as forças produtivas burguesas teriam que ser desenvolvidas ao máximo para só então ser iniciada uma nova fase de transição para o socialismo? O caso cubano é diferente sob vários aspectos. Um deles é o nível de participação popular. Enquanto na URSS as massas foram alijadas do processo revolucionário, que sob certos aspectos cedeu lugar à burocracia do partido comunista, em Cuba o nível de participação do povo na revolução é constantemente aprimorado.
Apesar da persistência do bloqueio econômico à ilha imposto pelos Estados Unidos, Cuba prossegue garantindo a seus habitantes condições de vida a que muitos latino-americanos almejam ter acesso. Só para se ter uma idéia das conquistas cubanas, já nos anos 60 a ilha caribenha tinha, praticamente, erradicado o analfabetismo, tendo sido o primeiro país do mundo a fazê-lo. Atualmente, Cuba tem a menor taxa de mortalidade infantil do continente. Em 2007, o IDH de Cuba ficou em 51º lugar, à frente, inclusive, do Brasil.
Se Cuba é um país pobre, é oportuno esclarecer que houve um nivelamento por baixo no nível de vida, diferente de vários países latino-americanos, onde há um brutal desnível entre a qualidade de vida das classes mais abastadas e das pobres, um vergonhoso abismo econômico e cultural.
Muitos condenam o regime cubano e o qualificam como ditadura, porém alguém conhece algum cubano que tenha dado as costas à ilha, condenando seu regime, e tenha se doado à causa dos pobres em outro lugar do mundo? Toda e qualquer condenação ao socialismo cubano deve passar pelo filtro da qualificação. Países como os EUA estão autorizados a qualificar o regime cubano de ditatorial se neles se observam injustiças sociais não observadas em Cuba? Os Estados Unidos, que invadiram o Iraque interessados mais nas reservas petrolíferas daquele país do que na “libertação” do povo iraquiano, que financiaram e financiam golpes de Estado em vários países durante todo o século passado, estão qualificados para condenar a política interna cubana?
Vista aérea de Havana
Muitos apostaram no fim da Revolução Cubana por ocasião do ocaso do socialismo no leste europeu, especialmente na URSS. Da mesma forma, em janeiro de 1998, muitos observadores estrangeiros, jornalistas e correspondentes, esperavam presenciar e documentar a derrocada de Fidel por ocasião da visita do Papa. Tantos outros apostaram na queda do regime quando Fidel entregasse o poder a outro. Nenhuma destas funestas previsões tornou-se realidade. Talvez isto se deva ao fato de a revolução estar entranhada nos corações e mentes dos cubanos. Talvez por que o povo daquela pequena ilha esteja, de fato, em vias de tornar-se um novo homem, já que vive num ambiente sócio-político que favorece o desenvolvimento de virtudes humanas elevadas tais como solidariedade (dentro e fora dos limites da ilha), cooperação, nacionalismo – na melhor acepção da palavra -, e por estar acostumado, e não querer abrir mão, de direitos sociais básicos e imprescindíveis como educação, saúde e cultura, todos estes com qualidade de dar inveja aos demais povos da América Latina e a alguns países de primeiro mundo.
Sei que estou um pouco atrasado ao abordar este tema, mas não poderia deixar “passar batido” o aniversário de um evento tão importante quanto foi a Revolução Cubana, episódio de importância histórica crucial, cuja compreensão é imprescindível para se ter um conhecimento adequado da história recente da América Latina.
Che e Camilo CienfuegosHá 50 anos, guerrilheiros barbudos em suas fardas verde-oliva desceram as serras de Cuba e tomaram de assalto as cidades – de Santiago, passando por Santa Clara, até a apoteose em Havana. Foram recebidos feito heróis pelo povo. A mobilização popular provocaria a fuga de Fulgêncio Batista para Ciudad Trujillo, na República Dominicana. Logo se iniciou a “Caravana da Liberdade”, na qual Fidel e os demais revolucionários percorreriam as províncias, proclamando a vitória popular e o início de uma nova era. “Os que pensavam seguir / Ganhando cem por cento / Com casas e apartamentos / E deixando o povo sofrer / Seguindo de modo cruel / Contra o povo conspirando / Para seguir explorando-o / Então chegou Fidel / Acabou a diversão / Chegou o Comandante e mandou parar”, dizia uma canção de Carlos Puebla.
Che e FidelCuba fora durante anos um verdadeiro bordel dos norte-americanos, que já no início do século passado haviam condenado a ilha à vocação de república das bananas através da famigerada Emenda Platt, a qual, dentre outras coisas, deu aos estadunidenses o direito à base naval de Guantánamo. Nos anos imediatamente anteriores à revolução, Cuba era dominada pela máfia norte-americana e amargara décadas debaixo das botas do ditador Batista.
Dentre as várias personalidades de renome do Movimento 26 de Julho, uma tornou-se ícone para as esquerdas: Che Guevara. Che abandonara Cuba para tentar repetir a experiência da revolução daquele país em outros lugares. Em outubro de 1967, após vários meses de impiedoso cerco, foi assassinado na Bolívia, após ter sido caçado feito animal pelos Rangers e pelo exército boliviano (clique aqui para ler o que escrevi sobre Che). Também devem ser lembrados o grande timoneiro da Revolução Cubana, Fidel Castro, Camilo Cienfuegos, companheiro de Che na tomada da cidade de Santa Clara e Raúl Castro, irmão de Fidel, atual presidente de Cuba. Não esqueçamos também da bravura dos demais guerrilheiros e da consciência política do povo cubano, que prontamente atendeu ao chamado dos revolucionários, engrossando as fileiras e tornando possível a derrubada do ditador e títere dos interesses norte-americanos.
Cadáver de Che na BolíviaEm 19 de abril de 1961, contra-revolucionários treinados e apoiados pelos Estados Unidos tentam invadir a ilha desembarcando na Baía dos Porcos. Fidel dirige pessoalmente a operação para rechaçar os invasores, que em 36 horas são derrotados. Em resposta à invasão de Playa Girón e à instalação de mísseis nucleares na Turquia pelos estadunidenses, os soviéticos decidem instalar bases de lançamento de mísseis nucleares em Cuba. O conflito, que ficou conhecido como a Crise dos Mísseis, acabou após 13 dias (os 13 dias que abalaram o mundo), durante os quais o mundo esteve prestes a protagonizar uma guerra nuclear de grandes proporções.
Sobre a influência da revolução cubana nos demais países latino-americanos, cito alguns trechos do livro Da Guerrilha ao Socialismo: A Revolução Cubana de autoria do saudoso sociólogo Florestan Fernandes: “Quando se deu a revolução, ela causou grande impacto político nos países latino-americanos. (...) A revolução cubana forçou uma redefinição das polarizações de lealdades, com referência aos padrões de integração social que correspondem às alternativas de desenvolvimento de nosso sistema civilizatório. De um lado, ela provocou reações defensivas que orientaram as influências estadunidenses em nova direção: de intervir ativamente junto aos governos e à opinião pública latino-americana para fortalecer às soluções neoliberais de desenvolvimento econômico, político e social. (...) De outro lado, a revolução cubana introduziu a experiência socialista nas Américas, ou seja, converteu em realidade histórica as opções inconformistas diante da mudança social de cunho especificamente revolucionário”. Conforme revelam as palavras de Florestan, Cuba tornou-se um modelo que passou a ser seguido pelos demais países latino-americanos. A experiência do foco revolucionário seria tentada em vários países abaixo do rio Grande, sem sucesso na maioria delas. No Brasil de fins dos anos 60, estudantes empunharam armas e tentaram repetir aqui as mesmas táticas de guerrilha, no campo e nas cidades, que foram utilizadas pelos guerrilheiros da Sierra Maestra. Carecendo, porém, das mesmas condições geopolíticas que estavam presentes em Cuba, foram massacrados, numa luta assemelhada à de Davi contra Golias. Com o intuito de neutralizar a influência do ideário da Revolução Cubana na América Latina, é instituída a Aliança para o Progresso, programa de cooperação financeira e técnica encabeçado pelos EUA.
Com a derrocada dos regimes comunistas no leste europeu, sobretudo na União Soviética, a situação econômica de Cuba se viu em maus lençóis, já que a URSS era mecenas do desenvolvimento cubano e principal parceira comercial da ilha.
Enquanto o efeito dominó da queda dos regimes socialistas na Europa estava em franco avanço, o socialismo cubano prosseguia aos trancos e barrancos, garantindo aos cidadãos cubanos o acesso aos serviços básicos, mesmo sofrendo os fortes efeitos da crise econômica.
A História parece provar que os sistemas socialistas que foram impostos de cima para baixo falharam, tal como sucedeu com os do leste europeu, enquanto aqueles que surgiram nos moldes de revoluções populares, a exemplo de Cuba e China, prosseguiram cada qual com sua vertente de socialismo. Hoje o exemplo chinês é, talvez, um misto de capitalismo desenvolvimentista de Estado com socialismo linha dura – quem sabe a China não esteja tentando colocar em prática a teoria marxista de que as forças produtivas burguesas teriam que ser desenvolvidas ao máximo para só então ser iniciada uma nova fase de transição para o socialismo? O caso cubano é diferente sob vários aspectos. Um deles é o nível de participação popular. Enquanto na URSS as massas foram alijadas do processo revolucionário, que sob certos aspectos cedeu lugar à burocracia do partido comunista, em Cuba o nível de participação do povo na revolução é constantemente aprimorado.
Apesar da persistência do bloqueio econômico à ilha imposto pelos Estados Unidos, Cuba prossegue garantindo a seus habitantes condições de vida a que muitos latino-americanos almejam ter acesso. Só para se ter uma idéia das conquistas cubanas, já nos anos 60 a ilha caribenha tinha, praticamente, erradicado o analfabetismo, tendo sido o primeiro país do mundo a fazê-lo. Atualmente, Cuba tem a menor taxa de mortalidade infantil do continente. Em 2007, o IDH de Cuba ficou em 51º lugar, à frente, inclusive, do Brasil.
Se Cuba é um país pobre, é oportuno esclarecer que houve um nivelamento por baixo no nível de vida, diferente de vários países latino-americanos, onde há um brutal desnível entre a qualidade de vida das classes mais abastadas e das pobres, um vergonhoso abismo econômico e cultural.
Muitos condenam o regime cubano e o qualificam como ditadura, porém alguém conhece algum cubano que tenha dado as costas à ilha, condenando seu regime, e tenha se doado à causa dos pobres em outro lugar do mundo? Toda e qualquer condenação ao socialismo cubano deve passar pelo filtro da qualificação. Países como os EUA estão autorizados a qualificar o regime cubano de ditatorial se neles se observam injustiças sociais não observadas em Cuba? Os Estados Unidos, que invadiram o Iraque interessados mais nas reservas petrolíferas daquele país do que na “libertação” do povo iraquiano, que financiaram e financiam golpes de Estado em vários países durante todo o século passado, estão qualificados para condenar a política interna cubana?
Vista aérea de HavanaMuitos apostaram no fim da Revolução Cubana por ocasião do ocaso do socialismo no leste europeu, especialmente na URSS. Da mesma forma, em janeiro de 1998, muitos observadores estrangeiros, jornalistas e correspondentes, esperavam presenciar e documentar a derrocada de Fidel por ocasião da visita do Papa. Tantos outros apostaram na queda do regime quando Fidel entregasse o poder a outro. Nenhuma destas funestas previsões tornou-se realidade. Talvez isto se deva ao fato de a revolução estar entranhada nos corações e mentes dos cubanos. Talvez por que o povo daquela pequena ilha esteja, de fato, em vias de tornar-se um novo homem, já que vive num ambiente sócio-político que favorece o desenvolvimento de virtudes humanas elevadas tais como solidariedade (dentro e fora dos limites da ilha), cooperação, nacionalismo – na melhor acepção da palavra -, e por estar acostumado, e não querer abrir mão, de direitos sociais básicos e imprescindíveis como educação, saúde e cultura, todos estes com qualidade de dar inveja aos demais povos da América Latina e a alguns países de primeiro mundo.
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