A Internacional



Por Jeferson Malaguti Soares *

A Internacional, que alguns chamam de Internacional Comunista, é um hino internacionalista que denuncia o abuso dos ricos contra os pobres e reivindica um mundo igualitário, sem amos ou patrões, além de todo o direito a quem é responsável pela produção, quem faz, quem pega no pesado.

A letra original da canção foi escrita em francês em 1871 por Eugéne Pottier (1816-1887), que havia sido um dos membros da Comuna de Paris. A intenção de Pottier era a de que o poema fosse cantado ao ritmo da Marselhesa, hino nacional francês. Em 1888, Pierre de Geyter (1848–1932) transformou o poema em música.

A Comuna de Paris é considerada a primeira república proletária da História. Foi o primeiro governo operário que se tem notícia, criado em 1871, por ocasião da resistência popular ante a guerra franco-prussiana. Na época, o Parlamento francês queria que a França se rendesse ao Império da Prússia, a fim de verem mantidos seus privilégios. Até hoje é assim pelo mundo, os ricos, os burgueses, preferem entregar o país e suas riquezas ao verem suas regalias ameaçadas.

A letra deste hino mantém-se atualíssima frente aos desmandos que vivenciamos nos dias de hoje em todo o mundo. Mormentemente aqui em nosso país, onde um governo ilegítimo e corrupto quer impor ao povo, ao trabalhador, aos humildes e despossuídos, uma agenda de crueldade, ao tempo em que mantém o status quo dos ricos e poderosos. Não só manter, mas incrementar os ganhos dos industriais, banqueiros, donos da mídia e outros especuladores com o dinheiro público, em cima do corte de benefícios conquistados a duras penas pelos trabalhadores.

É certo que não há direitos sem deveres, mas igualmente não pode haver deveres sem direitos. E é exatamente isto que o (des)governo que nos assola - aliado a um Congresso Nacional recheado de corruptos e bandidos, a uma parcela do judiciário igualmente corrompida, a uma polícia acostumada a desmandos, às Forças Armadas “caladas” à custa de benesses e à mídia, que nunca negou seus interesses exclusivamente burgueses e capitalistas -, pretende: ver seu povo escravizado e colonizado novamente, sem direitos, e a riqueza nacional definitivamente entregue ao capital estrangeiro. Entregam os anéis para manterem seus dedos acostumados à rapinagem.

Assim é que A Internacional coloca em versos o que é chegada a hora de fazermos:

De pé, ó vitimas da fome!                        
Nada esperamos de nenhum!
Sejamos nós que conquistemos
A terra mãe livre e comum!
Para não ter protestos vãos,
Para sair desse antro estreito,
Façamos nós por nossas mãos
Tudo o que a nós diz respeito!
Senhores, patrões, chefes supremos,
Nada esperamos de nenhum!
Bem unido façamos,
Nesta luta final,
Uma terra sem amos
A Internacional.
Crime de rico a lei cobre,
O Estado esmaga o oprimido.
Não há direitos para o pobre,
Ao rico tudo é permitido.
À opressão não mais sujeitos!              
Não mais deveres sem direitos, Não mais direitos sem deveres!


* Jeferson Malaguti Soares é administrador, consultor de empresas, Secretário de Formação do PCdoB Ribeirão das Neves e colaborador deste blog.

Comentários