Jango e os abutres da Condor


Mesmo no exílio, Jango era sistematicamente vigiado (Créditos: EBC)

Por Cléber Sérgio de Seixas

A EBC (Empresa Brasileira de Comunicação) está dando uma grande contribuição à memória da nação brasileira com sua série de reportagens sobre a Operação Condor. 
 
A Operação Condor, oficialmente criada na primeira metade dos anos 70, foi uma aliança política e militar firmada entre os vários regimes militares da América do Sul — Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai — e criada com o objetivo de coordenar a repressão a opositores das ditaduras desses países, sobretudo eliminando líderes de esquerda. A operação contou com auxílio financeiro de várias empresas multinacionais.

Supõe-se que as ações da Condor tenham resultado em aproximadamente 400 mil torturados e cerca de 100 mil assassinados. Tal operação repressiva perdurou até a onda de redemocratização que varreu os países sul-americanos. Fora assim batizada em alusão à grande ave que sobrevoa os Andes e se alimenta de carniça, tal qual abutres e urubus.


Uma das matérias da EBC sobre a Condor discorre sobre a vigilância que a mesma exerceu sobre o ex-presidente João Goulart no exílio. Goulart havia sido apeado do poder em 01 de abril de 1964 via golpe de Estado levado a cabo pelos militares brasileiros teleguiados de Washington. Em virtude do putsch, Jango, como também era conhecido, deixou o Brasil e se refugiou em países como Uruguai e Argentina.

 Imagens inédidas do aniversário de 55 anos de Jango. Foto tirada por um agente infiltrado (Créditos: EBC)

Segundo a matéria assinada por Ana Graziela Aguiar, até as correspondências de Jango eram violadas. A leitura de uma dessas cartas, onde se teria lido que o ex-presidente pretenderia retornar ao Brasil, teria motivado a ordem para assassinar Jango por envenenamento. 

 
 Acima, documentos que comprovam o monitoramento de João Goulart (Créditos: EBC)

A matéria cita o depoimento de Mario Neira, ex-espião do serviço de inteligência da polícia uruguaia, segundo o qual havia uma operação montada para assassinar o ex-presidente brasileiro. “Foi uma operação muito prolongada e a gente não sabia que teria como objetivo a morte do presidente João Goulart”, relatou Neira.

Para ler a matéria completa, clique aqui.

Abaixo a Reportagem da TV Brasil e em seguida um vídeo com o testemunho de Mario Neira.


                   



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