O Euro salvou o FMI ou o neoliberalismo salvou o FMI... por enquanto!

Por Jeferson Malaguti Soares *
Terminando 2006, o FMI começou a agonizar. Seu fluxo de caixa reproduzia, melancolicamente, a diminuição de sua importância. O aumento da liquidez dos países em desenvolvimento garantia acesso rápido a dinheiro abundante e barato. Os empréstimos solicitados ao fundo até então, despencaram. Começou a haver dinheiro de sobra. Os pagamentos de países devedores ao Fundo cresceram em progressão geométrica, e em muitos casos foram antecipados.
Veja, por exemplo, no nosso caso. Lula, logo no inicio de seu primeiro governo, despachou o FMI, não resgatando parcela do empréstimo feito no governo anterior e quitando o restante que devíamos. A Argentina foi pelo mesmo caminho. Brasil e Argentina, os maiores devedores da América Latina, devolveram 25 bilhões de dólares aos cofres do FMI.
Durante décadas, desde que foi criado logo após a Segunda Guerra, o Fundo Monetário Internacional foi o inferno dos países em desenvolvimento. Emprestava, mas o preço cobrado era alto. Praticamente geria os países devedores com receitas recessivas e a obrigação deles abandonarem o próprio mercado interno, obrigados a adotar a globalização em beneficio das grandes economias, EUA à frente.
Desde o inicio deste século o Fundo vem sendo cada vez menos procurado. Os contumazes devedores aprenderam com seus erros, fizeram crescer seus PIBs e reservas, de tal modo que hoje emprestam ao invés de pedir emprestado. O Fundo passou então a correr sérios riscos, haja vista que para se manter funcionando, depende do pagamento dos juros de seus empréstimos.
O FMI foi criado em fins de 1944, inicio de 45, nos EUA, com o fim precípuo de “organizar” a economia de mercado, dentro do modelo neoliberal capitalista, em contraponto ao regime soviético. Seu principal papel foi o de controlar e exercer influência sobre as taxas de câmbio dos países, de modo a garantir a hegemonia do dólar americano.
Mesmo assim, o papel de “bombeiro” nas eventuais crises financeiras localizadas, nem sempre foi eficiente. Aliás, na maioria das vezes os países endividados viram a inflação disparar, sua moeda desvalorizar, seu mercado interno deteriorar, o desemprego crescer assustadoramente e o parque industrial ser sucatado. Tudo que o imperialismo estadunidense mais apreciava.
Aí veio a tendência atual de crescimento de governos populistas de esquerda, mormente na América Latina e em outros emergentes, os quais foram prescindindo dos serviços do Fundo. Iniciou-se então o inferno astral do FMI.
Sem empréstimos os juros das dívidas caíram, a importância do Fundo começou a “fazer água”. E, por mais paradoxal que possa parecer, salvou-o o neoliberalismo capitalista de direita. Países antes tidos como grandes economias de mercado vivenciam uma crise que não acreditavam ser possível acontecer. Investiram pesados na especulação financeira e se esqueceram de investir na produção, que gera emprego e, por tabela, mais consumo. Não se come dinheiro ou juros.
Veio a bancarrota, EUA à frente. O FMI volta aos seus dias de glória, agora emprestando aos que emprestavam e pedindo empréstimos aos que os solicitavam. Os grandes se tornam pequenos. O capitalismo entra nos seus estertores, ferido de morte. O síndico da ordem financeira mundial tem agora a difícil tarefa de atuar sobre os antigos algozes. Por ironia do destino, o capitalismo vai se canibalizando. Nem o FMI vai salva-lo. Daqui pra frente, tudo vai ser diferente, como a música de Roberto Carlos, nos anos 60.
No entanto, não será pela derrocada do capitalismo que o socialismo democrático se imporá, mas, principalmente, pelos seus valores humanísticos, sociais e de respeito à autodeterminação dos povos. O socialismo vai dominar a economia mundial pela união das nações, sem explorá-las, exatamente em decorrência da criação do FMI e do Banco Mundial, responsáveis pelo neoliberalismo. No frigir dos ovos, os capitalistas selvagens criaram cobras para serem picados. Bem feito!
Veja, por exemplo, no nosso caso. Lula, logo no inicio de seu primeiro governo, despachou o FMI, não resgatando parcela do empréstimo feito no governo anterior e quitando o restante que devíamos. A Argentina foi pelo mesmo caminho. Brasil e Argentina, os maiores devedores da América Latina, devolveram 25 bilhões de dólares aos cofres do FMI.
Durante décadas, desde que foi criado logo após a Segunda Guerra, o Fundo Monetário Internacional foi o inferno dos países em desenvolvimento. Emprestava, mas o preço cobrado era alto. Praticamente geria os países devedores com receitas recessivas e a obrigação deles abandonarem o próprio mercado interno, obrigados a adotar a globalização em beneficio das grandes economias, EUA à frente.
Desde o inicio deste século o Fundo vem sendo cada vez menos procurado. Os contumazes devedores aprenderam com seus erros, fizeram crescer seus PIBs e reservas, de tal modo que hoje emprestam ao invés de pedir emprestado. O Fundo passou então a correr sérios riscos, haja vista que para se manter funcionando, depende do pagamento dos juros de seus empréstimos.
O FMI foi criado em fins de 1944, inicio de 45, nos EUA, com o fim precípuo de “organizar” a economia de mercado, dentro do modelo neoliberal capitalista, em contraponto ao regime soviético. Seu principal papel foi o de controlar e exercer influência sobre as taxas de câmbio dos países, de modo a garantir a hegemonia do dólar americano.
Mesmo assim, o papel de “bombeiro” nas eventuais crises financeiras localizadas, nem sempre foi eficiente. Aliás, na maioria das vezes os países endividados viram a inflação disparar, sua moeda desvalorizar, seu mercado interno deteriorar, o desemprego crescer assustadoramente e o parque industrial ser sucatado. Tudo que o imperialismo estadunidense mais apreciava.
Aí veio a tendência atual de crescimento de governos populistas de esquerda, mormente na América Latina e em outros emergentes, os quais foram prescindindo dos serviços do Fundo. Iniciou-se então o inferno astral do FMI.
Sem empréstimos os juros das dívidas caíram, a importância do Fundo começou a “fazer água”. E, por mais paradoxal que possa parecer, salvou-o o neoliberalismo capitalista de direita. Países antes tidos como grandes economias de mercado vivenciam uma crise que não acreditavam ser possível acontecer. Investiram pesados na especulação financeira e se esqueceram de investir na produção, que gera emprego e, por tabela, mais consumo. Não se come dinheiro ou juros.
Veio a bancarrota, EUA à frente. O FMI volta aos seus dias de glória, agora emprestando aos que emprestavam e pedindo empréstimos aos que os solicitavam. Os grandes se tornam pequenos. O capitalismo entra nos seus estertores, ferido de morte. O síndico da ordem financeira mundial tem agora a difícil tarefa de atuar sobre os antigos algozes. Por ironia do destino, o capitalismo vai se canibalizando. Nem o FMI vai salva-lo. Daqui pra frente, tudo vai ser diferente, como a música de Roberto Carlos, nos anos 60.
No entanto, não será pela derrocada do capitalismo que o socialismo democrático se imporá, mas, principalmente, pelos seus valores humanísticos, sociais e de respeito à autodeterminação dos povos. O socialismo vai dominar a economia mundial pela união das nações, sem explorá-las, exatamente em decorrência da criação do FMI e do Banco Mundial, responsáveis pelo neoliberalismo. No frigir dos ovos, os capitalistas selvagens criaram cobras para serem picados. Bem feito!
* Jeferson Malaguti Soares é membro da Executiva do PCdoB em Ribeirão das Neves/MG e colaborador deste blog.
.
Comentários