FIM DA HISTÓRIA - A QUEM INTERESSA?

Tentar perenizar uma situação vigente foi, e sempre será, a atitude das nações hegemônicas para manter seu domínio econômico e cultural frente àquelas que lhe são adjacentes. Impérios vêm e vão nas bifurcações da história. O romano sucumbiu aos “bárbaros” após séculos de hegemonia, e hoje as ruínas da Cidade Eterna não fazem mais que evocar um passado glorioso. No século XVI a Igreja Católica perdeu espaço para os protestantes, mais afinados com os novos tempos. O nazismo presumia que seu III Reich duraria mil anos, e não passou de 12. Da mesma forma, os arautos do “fim da história” apregoam que o neoliberalismo e o american way of life perdurarão por séculos, presumindo que algum tipo de ideologia ou modus vivendi seja eterno.
Se podemos interpretar a história sob princípios hegelianos, enxergaremos uma constante luta entre tese e antítese, numa frenética busca por acomodação (síntese). Assim sendo, é inocente acreditar que daqui a 100 anos teremos shopping centers, ou padrões de consumo nos mesmos moldes que temos hoje. A própria natureza já está tratando de expor as fragilidades de um sistema econômico que, para garantir o consumismo e felicidade de uns poucos, destrói o meio ambiente e garante miséria e privação a uma esmagadora maioria.

O “fim da história” na concepção de Francis Fukuyama carrega em seu bojo a ideologia das grandes corporações norte-americanas, das quais o supracitado é guru. Pode-se falar em “fim da historia” enquanto existirem as variáveis mundo, tempo e homens? Pode-se falar em neoliberalismo, ou mesmo em capitalismo, como a mais alta expressão de desenvolvimento econômico e social, enquanto milhões padecem sob o manto negro do subdesenvolvimento e seus nefastos desdobramentos? A quem interessa o tão propalado "fim da história"? A quem interessa dizer que esse sistema econômico é o ápice do desenvolvimento econômico?
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