A crise da PM mineira
População clama por justiça (Fonte: O TEMPO online)
Por Cléber Sérgio de Seixas
Quem acreditava que a corrupção policial, que se desdobra em associação ao tráfico de drogas e de armas, formação de milícias, exploração do jogo etc, se restringia às polícias de estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Bahia, teve uma surpresa nos últimos dias.
A desastrosa ação da PMMG (Polícia Militar de Minas Gerais) - que no dia 19 de fevereiro resultou no assassinato por militares do padeiro Jefferson Coelho da Silva, de 17 anos, e do tio dele, o enfermeiro Renilson Veriano da Silva, 39, respectivamente, filho e irmão de um cabo PM - provocou a revolta de moradores do Aglomerado da Serra, conjunto de favelas localizado na região centro-sul de Belo Horizonte, e expôs uma chaga oculta numa das corporações militares mais respeitadas do país.
Em função dos assassinatos, munidos de paus e pedras, os moradores do aglomerado entraram em confronto com policiais militares, que revidaram com tiros de borracha e gás lacrimogêneo. Na confusão, vários ficaram feridos e alguns ônibus foram incendiados pelos revoltosos.
Moradores do conjunto de favelas da Serra acusam militares do 22º Batalhão e da Rotam (Rondas Táticas Metropolitanas) de fazerem uso de drogas em público, de cobrarem propinas de traficantes locais, de praticarem roubos na comunidade e de explorarem jogos de azar.
Tais eventos deflagraram uma crise na PM mineira. Um desdobramento recente de tal crise ficou por conta da morte, em circunstâncias no mínimo estranhas, do cabo Fábio de Oliveira, um dos suspeitos dos assassinatos supramencionados, encontrado morto dentro de uma cela do 1º Batalhão da PM, onde estava detido desde o dia 23. Além de Fábio, todos os demais suspeitos se encontram provisoriamente presos.
Diante da gravidade do ocorrido, e se for comprovada a autenticidade das acusações, é necessário que haja uma depuração nos quadros da PM mineira, de forma a evitar que a corrupção se generalize em seus quadros, a exemplo do que ocorre na corporação militar fluminense.
Entidades de direitos humanos já se mobilizam para cobrar das autoridades a apuração dos fatos ocorridos no Aglomerado da Serra. No entanto, é necessário que toda a sociedade mineira esteja vigilante, visto que casos semelhantes já terminaram em pizza, com a impunidade dos envolvidos.
Se levarmos em conta o salário, os policiais de Minas são mais bem remunerados que os cariocas, percebendo cerca de 2000 reais em início de carreira. No entanto, baixos salários não podem justificar desvios de conduta por parte daqueles cuja obrigação é defender a sociedade de indivíduos que se põem à margem da mesma. Se a baixa remuneração fornecesse justificativa plausível para o mergulho na marginalidade, profissionais com curso superior, que não recebem nem metade do soldo de um policial militar (professores, por exemplo), seriam muito mais compreendidos caso se envolvessem em delitos.
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A desastrosa ação da PMMG (Polícia Militar de Minas Gerais) - que no dia 19 de fevereiro resultou no assassinato por militares do padeiro Jefferson Coelho da Silva, de 17 anos, e do tio dele, o enfermeiro Renilson Veriano da Silva, 39, respectivamente, filho e irmão de um cabo PM - provocou a revolta de moradores do Aglomerado da Serra, conjunto de favelas localizado na região centro-sul de Belo Horizonte, e expôs uma chaga oculta numa das corporações militares mais respeitadas do país.
Em função dos assassinatos, munidos de paus e pedras, os moradores do aglomerado entraram em confronto com policiais militares, que revidaram com tiros de borracha e gás lacrimogêneo. Na confusão, vários ficaram feridos e alguns ônibus foram incendiados pelos revoltosos.
Infográfico (Fonte: O TEMPO online) - clique para ampliar
Moradores do conjunto de favelas da Serra acusam militares do 22º Batalhão e da Rotam (Rondas Táticas Metropolitanas) de fazerem uso de drogas em público, de cobrarem propinas de traficantes locais, de praticarem roubos na comunidade e de explorarem jogos de azar.
Tais eventos deflagraram uma crise na PM mineira. Um desdobramento recente de tal crise ficou por conta da morte, em circunstâncias no mínimo estranhas, do cabo Fábio de Oliveira, um dos suspeitos dos assassinatos supramencionados, encontrado morto dentro de uma cela do 1º Batalhão da PM, onde estava detido desde o dia 23. Além de Fábio, todos os demais suspeitos se encontram provisoriamente presos.
Diante da gravidade do ocorrido, e se for comprovada a autenticidade das acusações, é necessário que haja uma depuração nos quadros da PM mineira, de forma a evitar que a corrupção se generalize em seus quadros, a exemplo do que ocorre na corporação militar fluminense.
Entidades de direitos humanos já se mobilizam para cobrar das autoridades a apuração dos fatos ocorridos no Aglomerado da Serra. No entanto, é necessário que toda a sociedade mineira esteja vigilante, visto que casos semelhantes já terminaram em pizza, com a impunidade dos envolvidos.
Se levarmos em conta o salário, os policiais de Minas são mais bem remunerados que os cariocas, percebendo cerca de 2000 reais em início de carreira. No entanto, baixos salários não podem justificar desvios de conduta por parte daqueles cuja obrigação é defender a sociedade de indivíduos que se põem à margem da mesma. Se a baixa remuneração fornecesse justificativa plausível para o mergulho na marginalidade, profissionais com curso superior, que não recebem nem metade do soldo de um policial militar (professores, por exemplo), seriam muito mais compreendidos caso se envolvessem em delitos.
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