Dica cultural - 89 anos do julgamento de Sacco e Vanzetti

Por Cléber Sérgio de Seixas

Sacco & Vanzetti (Itália/França – 1971) é uma película que conta a história dos anarquistas italianos Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti, ambos condenados à eletrocução nos EUA, no dia 23 de agosto de 1927, sob a acusação de roubo e assassinato. Dirigida por Giuliano Montaldo, trata-se de uma das maiores obras do cinema político italiano.

Sacco e Vanzetti, respectivamente um sapateiro e um peixeiro, saíram da Itália em busca do sonho americano. O que encontraram nos EUA, no entanto, foi a dura realidade do tratamento reservado a imigrantes. Utilizados como bodes expiatórios no âmbito do processo de repressão ao movimento anarquista, foram condenados injustamente pela morte de um contador e de um guarda-costas, e pelo roubo de US$ 15 mil, num julgamento cheio de armações e distorções. Foram condenados à morte apesar de o verdadeiro autor dos crimes ter sido identificado pelos advogados de defesa em 1925. Passados 50 anos, o governador do estado de Massachusetts, Michael Dukakis, divulgou um documento no qual se absolvia os dois anarquistas.

Pela sua encarnação de Nicola Sacco, o ator Riccardo Cucciolla conquistou o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes de 1971. Curiosidade: o grande ator italiano Gian Maria Volonté, que no filme interpretou Bartolomeo Vanzetti, era filiado ao Partido Comunista Italiano.

Num dos melhores momentos da obra, Vanzetti (Volonté) defende-se no tribunal e afirma que está ali sendo julgado por lutar contra a exploração do homem pelo homem.

Destaque para a belíssima trilha sonora de Morricone, sobretudo para a canção The Ballad of Sacco and Vanzetti interpretada por Joan Baez.

Abaixo um trecho do discurso de Vanzetti no filme de Montaldo.

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