O apartheid de Israel – a solução final

Foto: Mohammed Abed/AFP

Por Jeferson Malaguti Soares*

Percebe-se no comportamento dos sionistas um caso escandaloso daquilo que Freud denominou de “identificação com o agressor”, através do qual o medo, o pânico e o sentimento de impotência fazem com que o agredido, no caso os judeus frente ao nazismo, interiorize a figura do agressor e se assimile a ele.

Nada mais didático a esse respeito, ainda que monstruoso, do que os governos israelenses repetirem, compulsivamente, os crimes e o comportamento nazistas. Fazem isso há mais de 70 anos, quando, na verdade, sofreram nas mãos de Hitler pouco menos de 4.

A mentalidade colonial sionista aponta para uma solução racista para a questão judaica. O sionismo, como frequentemente revelam e reconhecem seus próprios executores, ao chegar ao poder – a partir da fundação do Estado de Israel – se revelou um regime retrógrado, racista e criminoso. A barbárie sionista repetiu, de forma contraditória (aparentemente, pois Freud provou o contrário), um genocídio planificado – o genocídio perpetrado pelos nazistas – desta vez contra o povo palestino, do qual seus mentores diziam salvar os judeus.

Para ganhar apoio nas comunidades judaicas, os sionistas se utilizam do pânico provocado pelo holocausto de seu povo patrocinado pelo nazismo. Brandem a visão do Holocausto e falam, ad nausean, da possibilidade de sua repetição. Demonstrando preocupação com o destino dos judeus, lançam como solução para a questão judaica, um Estado judeu na terra de Israel. Um Estado único, sem a presença dos palestinos e de qualquer comunidade árabe.

Para conseguir seu intento, os líderes sionistas, aqueles que tinham bens e riquezas, não vacilaram em negociar com o nazismo em troca de seu silêncio. Ben Gurion – que viria se tornar primeiro-ministro logo após a fundação do Estado de Israel – chegou a declarar em 1938 que, sem o morticínio em massa de judeus, o sionismo ficaria sem sua motivação principal. Em dezembro de 1938, quando os nazistas deram inicio ao ataques aos judeus, a Inglaterra se ofereceu para receber crianças judias da Alemanha e da Áustria. Ben Gurion opõe seu veto e diz: “se me fosse dada a possibilidade de escolher entre salvar todas as crianças judias da Alemanha, levando-as para a Inglaterra, ou salvar metade delas, transportando-as para Israel, eu optaria pelo segundo termo da alternativa, pois devemos considerar não só a vida dessas crianças, mas, igualmente, a história de Israel”. Saliente-se que a Inglaterra havia colonizado a Palestina anteriormente.

Por sua vez, o conhecido historiador francês e judeu, Maxine Rodinson, cita, depois de pesquisar os arquivos secretos do III Reich, que os sionistas realizaram acordos de colaboração com os nazistas, “para facilitar a imigração à Palestina de grupos de judeus alemães” (judeus ricos, diga-se de passagem).

Fica clara a base ideológica e as consequentes ações anti-humanas que geraram o degradande nazismo israelense que agride o povo palestino e a Nação Árabe. Essa atitude de Israel replica aquela que se voltou contra a própria comunidade judaica durante a Segunda Guerra, num momento em que ela estava mais fragilizada e mais precisava que suas lideranças combatessem firmemente o nazismo alemão e a discriminação racial que sofria, e não que negociassem com os nazistas a deportação de ricos e importantes judeus em detrimento dos mais pobres e menos significativos.

A filósofa alemã e judia Hannah Arendt, destaca que “para um judeu, o papel desempenhado pelos líderes judeus na destruição de seu próprio povo é, sem sombra de dúvidas, o capítulo mais sombrio de toda uma história de sombras. Isto já era sabido antes, mas agora foi exposto em todos os seus patéticos e sórdidos detalhes”.

Não vou entrar no mérito das declarações de um funcionário subalterno do ministério das relações exteriores de Israel, colocando o Brasil como um anão no mundo da diplomacia. Foram declarações infelizes de quem está acostumado a não ser incomodado quando de sua lida diária de assassinar palestinos. Apenas quero deixar clara minha visão de que as propostas políticas do sionismo, no final das contas, não diferem muito daquilo que os judeus tanto censuram em Adolf Hitler.

Minha pergunta final: o que transformou o Estado de Israel em um criminoso tão eficiente?


* Jeferson Malaguti Soares é administrador, consultor de empresas e colaborador deste blog.

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